quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Caixa

Em em algum lugar do quarto do segundo piso, existe uma caixa de alegria que vive triste. Todas as vezes que subo a escada o barulho é inevitável, e a caixa se enche de esperança, esperando ser aberta, esperando ser usada.
Certo dia precisei de outra vida, poderia ser qualquer uma, desde de que fosse alegre.
Subi as escadas, acendi a luz do quarto, e depois de alguns minutos abrindo e fechando gavetas, tirando e voltando com bagunças empoeradas, lá no canto da mesa, embaixo de alguns livros, estava ela, a caixa de lápis de cor, ávida para ser aberta e encher de cor os mais pálidos ofícios, liberar sua excência de alegria.
Ela me contou da sua tristeza, de como eu havia me esquecido das cores. Disse que o tempo tinha me tirado da sua companhia, e lembrou de como eramos inseparáveis e que eu detestava esquecer em algum canto qualquer, qualquer cor. Me falou da expectativa que nascia quando recebia em casa crianças, filhos de amigos, sabia que eles poderiam querer desenhar, o que de fato acontecia, mais eu sempre pegava algumas canetas azuis ou pretas e dava para elas.
Naquele momento percebi que em todo o universo não existe outra caixa que tenha maior importância que a caixa de lápis de cor.
E eu encontrei minha outra vida.

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