Fragmentos em parte
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Plenitude
um sentido à clarear.
Tudo falta.
Sobra onde não deveria.
Sobram os passos a serem dados
e as frases desnecessárias.
O limiar entre pedras sobrepostas
nenhuma é igual a outra e todas buscam equilíbrio.
Uma cidade sitiada.
Um caos particular.
A subjetividade essencial buscando pouso.
Tudo sangra.
Pulsa onde não deveria.
Estanca o afeto demorado
e os sorrisos verdadeiros.
O minuto desperdiçado.
O dia jogado fora.
Tudo é certo.
Tudo vale a pena.
A alma se expandiu
e agora, a vida só pede aquela plenitude falsa.
sexta-feira, 22 de junho de 2018
Quando me olhei
Quando me olhei
Achei estranho tudo que vi.
Fiquei a sós com reflexos
Confusos e aleatórios.
Então, tive medo
Mas continuei me olhando.
Dentro de mim
existe um amor inacessível, inalcançável.
Que não posso tocar
Que não muda
Não abala
Não se afoga.
Ele permeia minha confusão
Distorções
Clareia meus medos.
Quando me olhei
Eu quis ter raiva
Mas tive frio e choro.
Dispenso a dureza da razão
Dispenso a inércia do orgulho.
O amor que trago
Habita cada célula em mim
Cura toda estranheza
E transparece quem sou.
segunda-feira, 21 de maio de 2018
Tudo é raro
sábado, 10 de setembro de 2016
Horizontal
Naquela parte mais sublime de todo ser.
Naqueles montes onde fadigado se chega.
Cruzeiros esperando os homens
Mostrando o quanto o amor é horizontal.
Bondade que aponta para todos os lados.
Fincada nas partes altas da vida
Nas partes altas das crenças.
Todo homem é uma cruz.
Subir
E o vento que entra pela janela
range meu balanço.
Subo,
fadigado paro,
mas só ate o vento voltar a soprar.
São tantas sensações que preciso voltar ao embalo da subida.
No alto encontro os sons que não esperava,
e vejo o que nem imaginei.
Pendurado por cima de mim
crianças dançam.
Homens também dançam e trabalham.
Girando enquanto o vento continua.
O vento não cessa.
O ranger do embalo não cessa.
E tudo que quero é subir
Descobrir o que só do alto o vento da vida pode ensinar.
sábado, 4 de junho de 2016
Seu dia
Hoje a lua demorou a sair
Era quase tarde
E eu te esperava
Era quase escuro
E ainda vasculhava minhas gavetas
Todos os resquícios isolei em mim
Era seu dia e a lua se atrasou
Era seu dia, suas vontades
Em quartos trocados ficaram nosso fruto, nosso afeto
Enquanto queimava o álcool, te esperava
Sobrou seu dia
Sobrou nossa vida
E a lua já estava no alto.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Murilo
Em apenas quatro mêses de paternidade algumas fichas começaram a cair, presumo que ao longo da vida de um pai essas fichas caiam aos poucos, diariamente. Com isso, os sentidos da paternidade vão se clareando.
Me sinto uma pessoa melhor, com todos os significados que essa frase possa ter, percebo que ser pai tem melhorado minhas percepções de mundo e vida. E eu tô adorando isso!
Me vejo atualizando a todo momento minhas prioridades, nada mais é tão simples e por acaso, afinal, a vida e futuro de um outro indivíduo depende também disso.
A paternidade me faz mais feliz, tem sido um aprendizado muito gratificante e as retribuições vem em risos, choros e muitos momentos felizes.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Eterno
quando sou surpreendido pela paz do seu choro
quando seus olhos ressoam dentro de mim
e me vejo em você como nunca antes
e nesse momento te amo
quando percebo que não há outra pureza no universo
como há em meus braços.
nesse momento te amo, nesse exato momento
quando o tempo não é momento e nem exato
mas é sutilmente eterno
quarta-feira, 4 de março de 2015
Crochê
aflição, espera e medo.
Pedaços de alegrias sem ambiente
companhias indesejadas dentro de casa.
A poeira a sujeira os grãos de areias
portas abertas nas cutículas
esgoto entupido e a falta de água.
Os livros não acalmam
a tv e o rádio também não.
Ah!O crochê
O crochê e as esperanças
São só vidas acamadas sobre pedras
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Morros
Entendo os sinais
Leio na sombra dos morros.
A religião me surrupiou muito tempo.
Energia que não entreguei ao vento
Nem ao verdadeiro lirismo da vida.
Horas que poderiam ser dadas a beleza das palavras e não à moral delas.
Empreguei força empurrando morros que deveria ter subido.
Negligenciando história, tempo e essência.
Afastando me da subjetividade do meu reflexo e do reflexo infiel do meu deus.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Métrica do impulso
Escrevo letras carentes
Na métrica do impulso
Sem pretensão de valor.
Versos não valem nada
Não compram nada.
Carregam o peso dos homens
O Sentimento do Mundo
Mas não mata fome.
Escrevo frases pobres
No ritmo de café com bolo
Sem pretensão de valor literário ou monetário.
Versos carregam a Lição de Coisas
Que não servem para o mundo.
Alguma Poesia, serve?
Poesia Ate Agora, serve?
Poesia sem pretensão é a poesia itabirana que serve.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Janela
Não tenho o mundo
Tenho uma janela
E ela me basta
Tenho imagens figuradas, literais
Tenho o vento, o sol
E também uma esperança.
Não tenho riquezas
Tenho uma janela
E ela me basta
Tenho sons e pipas
Tenho a sombra, a montanha
E também uma esperança.
Não tenho o céu
Nem a visão do céu
Tenho a vida e ela me basta
Tenho a janela
E a esperança que me basta.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
A passagem dos dias
Deixo em paz meus olhos.
Na varanda que me assento
Tudo está revolto
As nuanças do silêncio
Os passos da vida.
Em minha frente a distância
Se mede em dias e semanas
Sem sons nem tons
Sem gritos ou choro
Deixarei em paz meus olhos.
E que rufem os tambores.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Trinta (A passagem das horas)
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma cousa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso e longínquo..." (A passagem das horas, Álvaro de Campos)
Hoje depois de muitas vivência, percebo que, " o meu olhar é nítido como o girassol... " (Alberto Caeiro). Procuro ver meus dias com a lucidez e força que essa vida além da beleza e pressa exige.
Me parece que pouco tempo tenha passado, sinto minha infância muito viva e próxima de mim, mas passei a dimensão onde apenas vivia sendo levado, para a dimensão em que me descubro no tempo tentando criar sentidos para a vida.
Nasci, cresci, me formei, fiz amigos do peito, encontrei o grande amor da minha vida, perdi três filhos.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..." (Tabacaria, Álvaro de Campos)
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só..." (O pastor amoroso, Alberto Caeiro.)
sábado, 1 de novembro de 2014
Chamado
das planícies altas de baixas árvores
onde o eco é livre e limpo.
Responder ao grito é reconhecer sua origem
saber o quanto seu universo é imutável em essência.
A terra, a pele.
A água, a pele.
O vento, a pele.
O mundo, a vida, o grito.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Vidas
dissolveu-se em dias.
E todos os momentos imaginados
foram momentos de uma outra vida
agora, congelada em algum lugar no tempo.
Os sorrisos que poderiam ter afetado corações
transformou só quem o imaginou.
Não encontraram lugares para que pudessem dançar
e por não encontrar
resolveram criar suas próprias rodas
Três vidas sorrindo, dançando e aquecendo
espaços e tempos
desta vida.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Mar
Sustenta todo universo que presumo.
Se reinventa a cada novo monte que a vista alcança.
De certa forma,
O menino preso a rabiola,
Aqui, atrás de uma montanha sempre tem outra,
Memória
Foi a saudade que trouxe a existência esses espaços.
Por que a memoria se encarregou de amar e criar pessoas e cenários, onde janelas supõem possibilidades de vidas.
A memória descompromissada com o por vir, não teve tempo de amar tudo o que queria.
Então novas vidas surgiram para continuar amando o que nunca existiu.
Para: Rubem Alves.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Tudo
Lá ponho minha carne exposta pra quará
pendurada em varal de perdas.
Atras das montanhas de Minas me coloco e mostro tudo que sou.
Lá ponho meu corpo estático pra se enveredar
subindo pra onde perdas não me encontre
e o sol queime minha pele ate que eu entenda tudo.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
Belo Horizonte
Vejo muros e nem todos são cinzas.
Vejo prédios e janelas, incontáveis.
Esses sim cinzas, todos, mesmo que pintados.
Em cada janela vejo deus querendo pular.
Um belo horizonte vejo quando não estou em minha varanda que fiz para ver deus.
Ele pulou.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Pouso
onde os santos correm para suas igrejas
e os perversos fumam e tomam café
a Balbúrdia e o caos encontram pouso em um canavial.
Antes de entrar nessa selva, deve-se rezar
pedir a qualquer deus que não se perca.
O alarido não cessa
e descompassado o samba continua.
Caótico e anárquico as regras se rendem e pousam em um cafezal.
Estar às avessas, estar em desordem
exatamente assimétrico com toda atrofia de uma vida.
Declínio e impotência que não acham voz.
Sólido e inquebrável, só a fraqueza que encontra seu pouso na carne e na fé.
quarta-feira, 26 de março de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Trilhas
E trilhas me levam de mim pra onde desconheço.
Distante dos velhos caminhos
e pra dentro de nuvens, poeira, terra e minério
onde nada se vê.
O sol morrendo no final da trilha onde nunca estarei, traz paz.
E até a noite me guia enquanto trilhar.
Depois,
retoma-se os passos
e os caminhos acostumados.
sábado, 30 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Refém
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Vem
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Ser
e torcer para desaparecer.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Parei
Fui o mais distante que pude,
ate onde minha xícara de café me dava forças.
Espalhadas no chão ficaram as mais frágeis/absolutas convicções.
Pra dentro do mar fui ate onde não me dava mais fé.
Calmamente flutuei,
fui levado
Mas não me sentia leve.
Encontrei meus anos.
Minha carne vermelha.
Me vi em espelhos sob marquises.
Palavras me atravessavam.
Subi o monte mais alto que avistei
Onde de braços abertos cristo estava
E endiabrado lhe estendi as mãos
na tentativa de salva-ló.
Sobre pedras de minério minh'alma descia
ao ades de um encontro marcado pra terminar.
E parei.
Exausto com os passos que dava.
sábado, 28 de setembro de 2013
Dores
não se mostram no canto
nem nos acordes de veias e artérias
amplificado no músculo de ressonância
que finge sentir enquanto retumba.
As dores de uma história
marcadas no corpo
na carne de dentro
ressoa com fidelidade só onde se liberam as idéias
ecoando sobre toda extensão da pele
vibrando sobre toda massa corpórea.
As dores que crescem e as que param
sobre o mesmo ser
instrumento que se toca
que se vibra
involuntariamente
movimento ritmado
peristáltico
que expulsa tudo em mim
ate as dores que eu não canto com meu corpo.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Sem
Guardo o pranto,
Engulo o choro,
Engano o medo.
Em vão...
Refaço me em frases curtas.
Os olhos querem denunciar.
Os lábios trêmulos, as mãos suadas, ansiosas
Já denunciaram.
Em vão...
O crescer sem esperança.
E existem tantas coisas...
Não esperar ser surpreendido é impossível.
Mesmo que se perdendo aos poucos
Entre os dedos contados das mãos.
Mesmo a fé se escondendo onde qualquer um encontra,
Acoada entre paredes.
Em vão...
Entrego me a razão
A tudo que a vida me fez
Agarro me onde não existem suportes
Onde se dissolve tudo que já cantei
Preso onde se limita o que penso que aprendi
Minhas rezas, orações
Minhas inseparáveis contradições
Em vão...
Continua os passos
Sem os choros que eu queria ouvir
Sem meus silêncios duplamente quebrados.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Solta pelo ar
balança rangindo um som
que adormece o corpo, as esperanças, o olhar
longe do chão muda-se o ritmo
o embalo da alma perde o tom
sem movimento tudo fica estagnado no íntimo
A vida não acontece na inércia
parado sem pulsar não existe dom
a dor se torna mentira, gritos de falácia
Um barulho, um susto, sem sofisma
a inércia quebrada se transforma novamente em som
o corpo vibra com os olhos abertos bem distante da lástima
E a vida prossegue rangindo solta pelo ar.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Duplamente
E ainda assim o novo transcender sobre o viver
Nunca será o suficiente para entender.
O silêncio sempre se quebra.
Falta experiência.
E o silêncio se quebra novamente.
Sobra esperança por todos os cômodos
E medos também.
Moderado então só o crescimento do corpo
Habitado de beleza.
Falta tempo de viver e estar.
E ainda que longe o silêncio se quebra novamente.
Mais uma vez...
E outra vez mais...
Tudo que se pode querer e estar perdido
E ter duplamente o silêncio quebrado
Por toda longa, árdua e extraordinária vida.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Ventou
e minha referência fixa contrasta com esse céu
não mais limpo.
Move
se movimenta
por cima de mim
sobre tudo que sou.
Perco os passos.
Não quero a beleza
não me interessa o tempo
abro mão da poética
desisto dos raios entre troncos
mas não perco as cores do sol se pondo...
terça-feira, 25 de junho de 2013
Incoerência
são essas raízes expostas sobre a terra que me sustentam
vezes rasas, hora profundas
São elas
São minhas.
Grito para o mar
O meu mar de montanhas
Sou minhas contradições e fé
Penso no tempo que cresço
Meus desejos sufocados
Crenças perdidas.
Grito para o céu
O meu céu nublado limpo
Pondero o imponderável
Negocio com a paz.
Grito, grito, grito
E torno a abraçar minha incoerência.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Pele e alma
Parte de um todo
Desvalorizada parte
Feio que sou
Meus lábios beijam
Negra pele que sou
domingo, 5 de maio de 2013
Matéria
Não jogo
Não suponho
Claro como o medo
Nítido como os olhos
Sou exatamente o que essa cadeira me diz
Setenta e oito quilos de matéria.
sábado, 4 de maio de 2013
Pele
Nesse exato momento
Tudo o que vejo é sua pele.
Seu mundo não é esse
Mas meus poros
Minha cor
Querem te tocar.
Já não penso
Não desejo
Não te vejo quando fecho os olhos
Mas preciso do paladar da sua pele.
Monto e remonto
Crio e recrio
Imagino
Deixo a incoerência
Tudo é vago
Distante
Em vão.
Só vejo sua pele
Sem consciência
Sem sentimento
E tudo o que quero
De onde estou
É seu abraço.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Mistura
Mistura testosterônica de poesia
Fragrância e suor
Mansidão, beleza e paz
Tristeza contida
Alegria derramada
Do meu tempo
Sobre mim
Do que não vivi
Sobre amigos
Das revoltas e medos
Não pergunte a mim
Meus lábios não dirão
Somente as estradas e seus radares
Saberão quem por eles passaram de verdade
A resposta fica por conta
Das pedras
Imutáveis minérios
Não se transformam em nada
Nem em ferro.
terça-feira, 12 de março de 2013
Embale
Lixo embalado por braços ternos
como quem embala uma criança a ninar
que acaba de ser encontrada em uma esquina qualquer
de Belo Horizonte
Lixo Embalado por sacos negros
como se fosse lixo
resto e sobras de efêmeros valores
Sucinto, misturado, limpo e sujo
Lixo ocidental
embalado por canções das minas
de Milton, Lô e Márcio
Lixo da pinga, do pão com café, da cesta básica
Lixo embalado ladeira abaixo
sem ter como parar
transforma a todos que encontra
Na lixeira uma placa
EMBALE SEU LIXO!
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Subo
Sua cor é ainda mais verdadeira.
A cada passo a alma pulsa nas veias.
Sigo o abstrato figurado.
Meus sentidos.
No cascalho, no minério, na poeira e no barro.
Todos batizados com minha alma metabolizada em suor.
Batizando minha pele com sua rubra cor minérica.
Meu rastro se encontra com pegados do outro.
Subo, corro, ando, canso, paro.
Não interessa quanto falta
Mas o quanto foi percorrido.
Não ouço o concreto, a pedra e o ferro
Apenas essa alma que pulsa nas veias.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Xícara de paz
Dentro da caneca o açúcar saturado, cansado e enojado da vida
é forçada a diluir se com cinco ou seis chacoalhões.
Nos óculos embaçado pelo vapor, vejo que ouço a canção da espanhola.
Mesma mesa de madeira.
Mesmo disco.
Diferentes poemas, questionamentos.
Mesma garrafa preta,
com pressão que provoca espuma e altera o sabor, humor e calor.
Mesma medida desmedida com pouca variação.
Quase pronto, mas não agora.
Falta póuco, para sempre.
Antes, é preciso coar a dor.
Não naquilo que é descartável e sem memória, de papel e cruel.
Mas onde existem marcas, cor, cheiro, e estórias em tecido.
Depois fica o que é líquido, suave e simbólico.
Fica o cheiro.
A essência que foi cuada e a dor, joga se fora.
Sento e tomo uma xícara de paz,
que eu mesmo fiz.
sábado, 19 de janeiro de 2013
Pelo sorriso
que depois de ter caminhado meio mundo
não chegou onde precisava.
Foram aqueles pés intinerantes,
aquela mente nômade,
que causou toda essa falta.
O homem é feito somente de amores,
mais nada.
Aqueles que já passaram
mas nunca foram esquecidos.
e aquele que sorri de um jeito que te aprisiona,
enlouquece
e pertuba.
A vida é essa música embreagada
Que te engana pelo álcool, pela poesia ou pela canção.
Mas te engana.
É essa tentativa de manter próximo
todos os amores ausêntes, intinerantes e nômades.
Ávida em parar.
E se não existissem os sorrisos?
E se os homens não pudessem sorrir?
Como saberia que seria você?
Escolho meus amores pelo sorriso,
atraves deles vejo suas almas.
Não pelos olhos.
Pelo sorriso.
Peguei todas as fotos que você sorria
tirei dos albuns velhos guardadas em caixas de sapatos velhas
selecionei todas que estavam no computador
E te olhei,
olhei você sorrindo
imaginando que fosse para mim.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Passado
Minha confusão
Quero aquela ausência
Nada ouço
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Grandeza
insistem em se esconder.
Horizontes que se abrem além do topo do mundo
do curral
e da moça que rola.
Imagens gerais
a memória jamais apaga
pois amou de tal forma que ali se reconhece.
Mundo que se mostra através de janelas
que ninguém escolheu abrir
berra nas esquinas dizendo ser imenso.
Grande mesmo são esses muros
já estavam ai
ninguém ousa pincha los.
Longa é a rotação da terra
no instante que no crepúsculo a estrela se põe
E eminente mesmo é o homem que vive.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Caixa
Certo dia precisei de outra vida, poderia ser qualquer uma, desde de que fosse alegre.
Subi as escadas, acendi a luz do quarto, e depois de alguns minutos abrindo e fechando gavetas, tirando e voltando com bagunças empoeradas, lá no canto da mesa, embaixo de alguns livros, estava ela, a caixa de lápis de cor, ávida para ser aberta e encher de cor os mais pálidos ofícios, liberar sua excência de alegria.
Ela me contou da sua tristeza, de como eu havia me esquecido das cores. Disse que o tempo tinha me tirado da sua companhia, e lembrou de como eramos inseparáveis e que eu detestava esquecer em algum canto qualquer, qualquer cor. Me falou da expectativa que nascia quando recebia em casa crianças, filhos de amigos, sabia que eles poderiam querer desenhar, o que de fato acontecia, mais eu sempre pegava algumas canetas azuis ou pretas e dava para elas.
Naquele momento percebi que em todo o universo não existe outra caixa que tenha maior importância que a caixa de lápis de cor.
E eu encontrei minha outra vida.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Cílio de luz
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Leitura
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Ele
Já rolei,
entrelacei meus pés.
O primeiro,
também é o último pensamento.
O corpo,
ele,
já desistiu,
mas a mente,
insiste em remontar e criar.
O que os momentos não dizem o corpo grita.
Ele,
que é o lugar do encontro,
da troca,
do outro,
das marcas,
ele,
que se move,
enfeitiça,
encanta.
Ele,
precisa dormir.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
O som
Mas me perco nos ruídos e me deixo ser achado na música.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Espero
Escrevo cartas e escondo em lugares que sei que você achará
Acendo velas
Abro um vinho ruim
Ensaio acordes para te cantar
E espero...
Penso em tanta coisa
Penso no tempo e na dor
Nos temores e desejos
Mas não me esqueço do teu sorriso
Preciso de ti
Prerciso que volte
Preciso da substância que só você produz em mim
E espero...
terça-feira, 27 de março de 2012
Teu olhar
As cores, contornos e formas
O balé dos teus cílios.
Conheço o som dos teus passos
O tom da tua voz.
Eu sei da alegria
Da doçura, e dos temores.
Me lembro do canto que guardei
Mas que depois de algum tempo te entreguei.
O tempo na cidade quis parar
Nas igrejas e nas torres nunca mais trabalharam novamente.
Vasculho nos versos e poemas
Busco nos filmes de amor
Bato nas portas da memória
Forço a mente
Eu sei que existe
Que esta em algum lugar
Mas por hoje eu desisto
Me contento em conhecer o teu olhar.
Serra Gerais
Casa das flores
Varanda da lua
Janelas do sol.
Horizonte da música
Sinais de arte
Tempo de amor
Doces manhãs.
Gritos no olhar
Cartas na tarde
Primavera jardim
Velas do trem.
Esquinas a mais
Clubes a mais
Amigos a mais
Mundo Gerais.
sábado, 24 de setembro de 2011
Gira
Gira o que?
Rodas vivas giram a vida.
Gira nada.
Giram para que?
Gira um, gira dois, gira três.
Gira um dia, gira um mês.
Gira sempre.
Gira nunca.
Gira agora,
Só mais uma vez.
Gira lento.
Gira rápido,
Ate cansar, ate não aguentar, ate deitar, e o sono me enganar.
Espera buzinar.
Desliga o som,
Desliga o dia,
Pra recomeçar a girar.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Os sonhos não envelhecem (download do ebook)
Milton Nascimento é o personagem central deste depoimento de Márcio Borges, primeiro parceiro de Milton. Como num filme delicado e arrebatador, ele reconstrói com paixão a história do país nos últimos trinta anos, a partir das lembranças dos meninos que um dia se encantaram com a música.
Ficha Técnica
Editora: GERAÇAO EDITORIAL
ISBN: 856150157X
ISBN13: 9788561501570
Edição: 6ª Edição - 2010
Número de Páginas: 376
domingo, 8 de maio de 2011
Horizonte de utopia
Moça de vestido e sombrinha
Moça de vestido e sombrinha, parada em frente a igreja não sabe que as sacadas e janelas à vê.
Nostalgia, saudades de viver e estar onde nunca antes estivera.
Sobre os olhares da cidade, da igreja, das ruas e postes, das esquinas que se escondem, dos telhados coloniais.
Parada ali, um mundo exclusivo e particular à assiste.
E se eu me assentasse ao seu lado?
Minha cartola, meu terno, meu sapato, meu calor.
A tarde chega e a sombrinha se fecha, os cavalos levantam poera nas ruas, mas passam, assim como a tarde, os passaros, as pessoas e as horas.
A mesma sacada que à assinte, toca uma música para a moça de vestido e sombrinha.
E se eu lesse para ela? Minha lupa, meu livro, minha voz.
A lua gostaria de me ouvir, a moça talvez.
domingo, 7 de novembro de 2010
Fragmentos da primeira infância.
Repousa fragmentos de lembranças, sentidos e descobertas.
As tramelas das janelas e portas daquela casa simples, eram carrinhos giratórios, e as latas de sardinhas caminhonetes que carregavam terra, pedra, madeira, e tudo que criasse a imaginação.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Rola Moça
contornaram e laçaram meu coração
no instante que à vi.
No horizonte, sua belaza, sua cor e cheiro,
são novas a cada amanhecer.
Por mais que eu à olhe,
não me canso.
Aos seus pés, já vivi uma vida.
Em seus ombros cantei minha fé.
Por onde eu vá meus olhos à proucuram,
seu mistério e encanto desperta meu desejo,
e com certo magnetismo atrai-me ao teu encontro.
Moça minério tô chegando.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Estação de ninguem
Infenso,
com pressa.
Nada falaram.
Apontaram pra um futuro que não conheciam.
Correram,
correram,
se debateram,
e de nada adiantou.
Se esqueceram de viver,
de amar,
de falarem a verdade.
Não notaram a delicadeza do mundo,
das coisas,
tão pouco das pessoas.
Na pressa de se fazerem ouvidos,
nada ouviram.
Mas eles passaram.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Que seja você
Eu sou esse chão
Que seja você
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Verdade Indesejada
Esperar por algo que nunca chegará.
sábado, 28 de agosto de 2010
Encontro com o horizonte
Por esse caminho vejo ela chegar
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Morte
quinta-feira, 17 de junho de 2010
...
Mas com a ausência de seu choro aprendi sobre o tempo,
a vontate de viver,
sobre a preciosidade da frágil vida.
Aprendi que os dias, as semanas e os mêses,
as vezes são poucos para desenvolvermos o quanto é preciso,
e que frente ao perigo,
o melhor é se recolher e tentar ser imperceptível.
O mundo não era bom o suficiente para à ter,
O CÉU SIM.
Minha dor é saber que a primeira, foi a última vez que à vi.
Dela muita coisa ficou...
O que ela leva daqui, eu não sei,
mas espero que se lembre da minha voz...
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Coadjuvante da tristeza
sábado, 5 de junho de 2010
Você precisa ir
Assim como é transitório seu tempo
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Minha razão
de alguém que me inspire.
Inspiração que seja exatamente tudo o que você é.
Razão que tenha sua voz, seu cheiro e sua cor.
Preciso encontrar nessa tarde vazia teu abraço novamente,
porque nenhum abraço é como o outro,
e cada sorriso teu é único.
E é exatamente esse sorriso, a inspiraçao que preciso pra viver.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
À espera.
Carta Lara de alforria estou a te esperar,
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Sons de Minas
Ouço um universo simplista
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Luz e caos
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Hoje
domingo, 18 de abril de 2010
Atitudes, ações desnecessárias.
sábado, 17 de abril de 2010
Belo Belô
Estrada de terra.
Cidade pequena
Roça moderna.
Seguindo em frente
Arraigada a tradição.
Megalópole cosmopólita
Saúda sempre com um
Bão?
Do alto do curral posso te ver
Curral Del-Rey
Emoldurando o sol morrer.
Passa tempo
Cem anos passou.
Continua Belo o Horizonte
Que Deus criou.
sábado, 10 de abril de 2010
...ficou
Hoje acordei com medo,
Mas vi o sol dissipar a neblina da manhã.
Rajada fria de vento no rosto,
Abraço apertado da irmã.
Acordado vi,
O que só em sonhos senti.
Prazeres sem prazer,
Casa que quero construir.
E esse vento assustador?
Será que vai passar?
A tarde passou.
A noite chegou.
O sol foi embora.
O medo ...
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Espera inesperada.
Enevoados pensamentos vem lembrar,
O que sozinho não posso desvendar,
Salta aos meus olhos, me obriga a chorar.
Verdade absoluta,
Que não se pode negar.
Faturas em aberto,
Que preciso pagar.
No canto violão,
Na mente confusão.
Na mente canção,
No canto oração.
Espera inesperada,
Posso duvidar.
Chegam todas juntas,
Não posso desanimar.