"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma cousa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso e longínquo..." (A passagem das horas, Álvaro de Campos)
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma cousa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso e longínquo..." (A passagem das horas, Álvaro de Campos)
Chego aos trinta sem muita clareza se isso significa um rito de passagem ou iniciação. Uso a poesia de Fernando Pessoa pra tentar me compor, já que ele sempre faz isso muito bem.
Hoje depois de muitas vivência, percebo que, " o meu olhar é nítido como o girassol... " (Alberto Caeiro). Procuro ver meus dias com a lucidez e força que essa vida além da beleza e pressa exige.
Me parece que pouco tempo tenha passado, sinto minha infância muito viva e próxima de mim, mas passei a dimensão onde apenas vivia sendo levado, para a dimensão em que me descubro no tempo tentando criar sentidos para a vida.
Nasci, cresci, me formei, fiz amigos do peito, encontrei o grande amor da minha vida, perdi três filhos.
Hoje depois de muitas vivência, percebo que, " o meu olhar é nítido como o girassol... " (Alberto Caeiro). Procuro ver meus dias com a lucidez e força que essa vida além da beleza e pressa exige.
Me parece que pouco tempo tenha passado, sinto minha infância muito viva e próxima de mim, mas passei a dimensão onde apenas vivia sendo levado, para a dimensão em que me descubro no tempo tentando criar sentidos para a vida.
Nasci, cresci, me formei, fiz amigos do peito, encontrei o grande amor da minha vida, perdi três filhos.
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..." (Tabacaria, Álvaro de Campos)
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..." (Tabacaria, Álvaro de Campos)
A linha reta que trilhava começa lentamente a fazer sua curva, vejo principalmente no corpo e nas marcas que não sou o mesmo dos vinte. Mas sigo atando os fragmentos que me compõem na vã tentativa de um auto conhecimento. Já descobrir que sou acima de muitas coisas, minhas incoerências e contradições, e quanto mais existo, me desconheço.
Obrigado vida, Léia, família, irmãos e amigos!
"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só..." (O pastor amoroso, Alberto Caeiro.)
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só..." (O pastor amoroso, Alberto Caeiro.)
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