domingo, 7 de novembro de 2010

Fragmentos da primeira infância.

No meio do nada, longe de tudo;
Lá na curva da imaginação;
Distante do hoje;
Repousa fragmentos de lembranças, sentidos e descobertas.
Nesse quintal de terra batida, tudo parece muito maior,
nada tem tamanho real.
O brejo, no fundo da casa mais parecia um pantano, com suas taiobas e taboas.
A doçura da cana, o repulso do caju verde, o sabor amargo do café adoçado apenas com rapadura feito naquela chaleira esmaltada e toda descascada, o cheiro das espigas de milho assadas nas brasas do fogão á lenha, o gosto do requeijão de Araçuai que atenuava o sabor amargo do café, tudo isso mediavam descobertas de sabores, cheiros e paladares que se davam ao longo dos dias.
As tramelas das janelas e portas daquela casa simples, eram carrinhos giratórios, e as latas de sardinhas caminhonetes que carregavam terra, pedra, madeira, e tudo que criasse a imaginação.
Os sabugos de milho naquele tempo eram pessoas simples da roça, que voavam, dançavam, andavam de caminhonete de sardinha, e tudo mais que permitisse a imaginação.
A descoberta da tinta vermelha do orucum pintavam meus bonecos de milho e as fantasias daquelas tardes secas e quentes.
Desse curto tempo de infância, nada restou nem a casa, o quintal, o fogão, as tramelas, ou a inocencia.
O que resta são apenas fragmentos de lembranças que insisto em remontar.

2 comentários:

  1. Muito boa sua expressão meu amigo.
    Faz lembrar os tempos onde viviamos sem as exigencias e rsponsabilidades desse mundo...Tudo era festa e fantasia...Sem medo e preocupação.
    Deus te abneçoe.

    ResponderExcluir
  2. Que lindo Warley !!!

    ADOREI.

    ResponderExcluir